Protestos contra torcedores ‘traíras’ se espalham pelo Brasil

No último dia 14, no empate entre Figueirense e Flamengo por 2 a 2, uma faixa se destacou nas arquibancadas do estádio Orlando Scarpelli. Em letras maiúsculas e bastante visíveis, os dizeres "Vergonha de SC" apontavam para os torcedores rubro-negros. Trata-se de uma medida que vem sendo há algum tempo espalhada nos estádios pelo Brasil, em repulsa a indivíduos que torcem por equipes de outros estados.
Dono de um grande percentual de torcedores na região Nordeste, o Mengão é alvo constante da 'campanha'. Em sites de relacionamento, como o Orkut, os debates ultrapassam o limite do futebol e partem para questões antropológicas, muitas vezes recheadas de insultos, como num duelo entre bairristas e libertários. Responsável pela faixa da torcida do Figueira, Israel Silvy, presidente da Resistência Alvinegra, organizada do clube, não admite a escolha dos chamados "traidores".
"Não dá para entender como pessoas que nasceram aqui, que moram aqui, torçam para Flamengo ou Corinthians. Vamos seguir levando as faixas. Temos liberdade de expressão", explicou, em entrevista ao Diário Lance!. Na partida contra o Fla, seguranças retiraram a faixa, gerando confusão.
Muitos moradores do Nordeste torcem para duas equipes, uma de seu estado de origem e outra, na maioria das vezes, da região sudeste: são os chamados "mistos". O mesmo ocorre no interior de São Paulo, ao que os mais "fundamentalistas" respondem com campanhas para que se torça única e exclusivamente para a equipe da cidade. Grande exemplo disso é o XV de Piracicaba. Recém-promovido de volta à elite paulista, o clube conta com considerável número de "torcedores únicos" (boa parte deles adolescentes, inclusive) e dá show nas médias de público.
Outro exemplo clássico é a torcida do Corinthians no estado do Paraná que, segundo estudo desenvolvido pelo instituto Paraná Pesquisa em 2008, é a maior do estado, com 12,5% da preferência. O Atlético-PR tem 9,6%, seguido pelo Palmeiras, com 7,6% e só então pelo Coritiba, com 7,5%.
Por Rodrigo Faber

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