Fumo passivo prejudica audição de adolescentes, diz estudo

A lista dos problemas causados pela exposição ao cigarro é extensa: doenças cardíacas, câncer de pulmão, ataques de asma e infecções no ouvido. Além dos males causados ao próprio fumante, o cigarro também proporciona o problema do tabagismo passivo, que representa a terceira maior causa de mortes evitáveis no mundo, matando mais de 600 mil pessoas por ano (dados da OMS).

Não fumantes constantemente expostos à fumaça de cigarro aumentam o risco de câncer em 10 a 30%. Estima-se que cerca de 20% dos casos de câncer de pulmão ocorrem em fumantes passivos. Neste contexto, as crianças são as mais atingidas, apresentando maior frequência de problemas respiratórios agudos. Além disso, o fumo passivo aumenta as chances de um bebê nascer morto, causa problemas psicológicos, doenças cardíacas e uma infinidade de outros problemas poucas vezes notados pelos pacientes.

Além de todos esses problemas, um novo estudo, divulgado pela revista científica Archives of Otolaryngology – Head & Neck Surgery, mostra que a exposição à fumaça do cigarro praticamente dobra as chances de perda auditiva em adolescentes. A conclusão é de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York (EUA).

Os pesquisadores envolvidos estudaram mais de 1.500 adolescentes entre 12 e 19 anos, avaliando informações sobre suas casas, além de fazerem testes de sangue, nicotina e capacidade auditiva.

Os cientistas concluíram que “a fumaça do cigarro é independentemente associada com um risco quase duas vezes maior de perda auditiva em adolescentes”.

Os resultados mostraram que os adolescentes expostos ao cigarro falharam mais nos testes de frequências importantes para compreensão da fala. Além disso, aqueles com altos níveis de nicotina (o que indicava grande exposição) apresentavam maior perda unilateral de audição.

Além disso, os adolescentes expostos ao cigarro foram mais propensos a sofrer de perda auditiva neurossensorial, que é um tipo de problema mais comum em pessoas mais velhas, segundo o médico Michael Weitzman, professor de pediatria e psiquiatria da universidade e um dos autores do estudo.

De acordo com os especialistas, as autoridades públicas precisam reavaliar o tabagismo, já que parte considerável dos jovens em todo mundo é fumante passiva e mais mortes e doenças graves podem ser evitadas.
Éverton Oliveira - Redação Saúde Plena

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Receita Federal destrói 5.200 toneladas de mercadorias apreendidas em todo o país