Duplas com mulher e homem mostram força do 'sertanejo rosa

Em vez da ode à dor de cotovelo de hits passados ou da festa proposta pelo sertanejo universitário, os novos hinos do sertanejo rosa possuem outras prioridades. Em canções como “Tchau, tchau” e “Ai que dó”, moças cantam que não estão mais dispostas a sofrer por rapazes. Duplas formadas por homem e mulher como Thaeme & Thiago, Juliani & Bruno e Thalyssom & Tarsila capricham em letras afiadas nas quais espezinhar é pouco (veja quadro ao lado).
Pioneiros no formato, Maria Cecília e Rodolfo eram colegas de sala quando cursaram Zootecnia em Campo Grande (MS), em 2005. A dupla saiu dos corredores da faculdade para os barzinhos em 2007. Os dois trancaram o curso no último semestre, após serem reprovados por faltas. “Eu me sinto lisonjeada de ter puxado essa fila", diz Maria Cecília, que cita Cascatinha & Inhana e Wilson & Soraia como precursores.
Ela concorda que as garotas parecem se identificar com os versos que canta. “Mulher falando para mulher é mais fácil, a gente se entende. Não é legal uma mulher falar que vai sair bebendo, ir dormir na praça. Isso não tem nada a ver com a gente. Conseguimos atingir um público porque temos uma linguagem da moçada, mas impondo respeito. A gente não tem que se igualar com os homens. Tem que tirar um sarro dos caras”, explica a cantora.
Ainda sem tanto tempo de estrada, Thaeme & Thiago começaram a fazer shows no mês passado. O duo é produzido pelo cantor e compositor Sorocaba, que forma dupla com Fernando e abastece Luan Santana de sucessos. “Foi uma decisão dele cantarmos um sertanejo pop, mais voltado para Lady Antebellum, Taylor Swift. Eu curtia, mas não me imaginava cantando. Minha introdução ao mercado sertanejo foi muito suave”, explica Thaeme Marioto, 25 anos, vencedora da edição de 2007 do reality show "Ídolos".
Para ela, essa onda de casais sertanejos começou com Maria Cecília e Rodolfo. “Estavam faltando outras duplas assim. Tinha muito espaço vago. São várias duplas com homens e só uma com homem e mulher.” Ela garante que ter uma mulher como primeira voz faz toda a diferença. “Nosso papo é diferenciado e a mulherada canta muito mais nos shows. O homem geralmente apronta e a mulher ficava sofrendo igual uma besta. Nossas músicas falam que a mulher deu a volta por cima. Elas se identificam”, diz Thaeme.
G1

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