PECUARISTA PROCESSA ESTADO PELA PERDA DE REBANHO

A seca produz consequências que vão além dos prejuízos para agricultura e pecuária. Em Caicó, distante 256 quilômetros de Natal, o proprietário da Fazenda Pedreira, o advogado e pecuarista Raimundo Medeiros Filho, vai processar o Governo do Estado. De acordo com Raimundo, o Estado foi responsável pela morte de 500 cabeças de gado em sua propriedade. Para repor o prejuízo, ele vai exigir o pagamento de mais de R$ 1 milhão na Justiça.

Além da fazenda em Caicó, Raimundo possui outras propriedades no Estado da Paraíba e Pará. Nos períodos de seca no Rio Grande do Norte, o pecuarista tinha o hábito de transportar o rebanho para a fazenda localizada no Pará, onde a seca não castigava. Em 2011, o rebanho era composto de 1.200 cabeças. Ano passado, quando a estiagem começou, a viagem para o estado do Norte foi programada, porém, o transporte dos animais não foi efetuado devido às barreiras sanitárias em consequência da febre aftosa. “Não levei meu gado e ele ficou aqui morrendo. Agora, vou atrás dos meu direitos”, disse Raimundo.

Em 2012, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) impôs aos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte uma barreira sanitária. Por não atender às recomendações no controle da febre aftosa, o gado de ambos os estados foi classificado como alto risco da doença. Além desse empecilho, Raimundo Filho convive com outros problemas na propriedade localizada a 30 quilômetros do Centro de Caicó.

Para manter o gado que sobreviveu, o custo chega a R$ 40 mil por mês. A maior parte dessa quantia vai para o pagamento de ração. O proprietário admite que chegou a usar “cama de galinha” – ração feita com fezes da ave proibida pelo Mapa desde 2004 – na alimentação do rebanho, porém, o produto encareceu nos últimos meses e foi necessário mudar de produto. “Hoje, uso a torta de algodão, milho e sal”, explicou.

Deu na Tribuna do Norte

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