Motoristas de ônibus da capital podem parar no Natal e Ano Novo

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Rio Grande do Norte (Sintro/RN) ameaça fazer paralisações no transporte público em datas como o Natal e o Reveillon caso os trabalhadores não recebam o reajuste salarial definido pela Justiça. Por volta das 8h50 de ontem, motoristas e cobradores de ônibus cruzaram os braços reivindicando o pagamento do reajuste salarial de 6,49%, conquistado em outubro, por meio de dissídio coletivo. A manifestação durou cerca de duas horas e revoltou os usuários de ônibus, além de causar engarrafamento em vários pontos da cidade.

De acordo com o presidente do Sintro/RN, Nastagnan Batista, a negociação com o patronato começou em abril deste ano, mas os empresários não fizeram acordo e levaram o embate à Justiça do Trabalho. Em outubro, a justiça determinou o reajuste salarial de 6,49% e vale alimentação unificado de R$ 150. "Essa decisão foi em outubro e até agora os patrões não cumpriram, não pagaram o reajuste. Nós queremos chamar a atenção da sociedade para que a decisão da Justiça seja cumprida", disse. Segundo ele, após o reajuste de 6,49% o salário de um motorista de ônibus passa a ser de R$ 1.269, enquanto o de um cobrador será de R$ 770.

A manifestação do Sintro/RN se concentrou em três pontos da cidade: avenida Coronel Estevão, avenida Bernardo Vieira e avenida Capitão Mor Gouveia. Dezenas de ônibus ficaram estacionados na região do Baldo, enquanto centenas de usuários terminavam o percurso a pé ou procuravam outra alternativa para chegar ao seu destino. "Eu sou solidário às reivindicações deles, mas isso aqui é uma falta de respeito ao usuário. Por que eles não deixaram os ônibus na garagem e saíram apenas com parte da frota? Como sempre quem sai prejudicado é a população", disse o auxiliar administrativo, Jonas Ferreira, 28.

A manicure Poliana Cabral da Silva, de 21 anos, saiu de Nova Natal, na Zona Norte da cidade, às 7h30, para deixar o filho Artur, de apenas 10 meses, na casa de uma babá e seguir para o emprego emPonta Negra. "Agora eu estou aqui, sem saber como farei para ir trabalhar. Isso é um absurdo, olha quanta gente aqui sem saber o que fazer. Tem idosos, crianças, é uma falta de respeito imensa", disse. A paralisação acabou causando congestionamento em vários pontos da cidade. O Alecrim foi um dos mais prejudicados.

Seturn aguarda publicação da decisão

O diretor de comunicação do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Seturn), Augusto Maranhão, rebateu as informações do Sintro/RN, afirmando que desde maio os salários de motoristas e cobradores foram reajustados em 6,29%, referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) calculado pelo IBGE. "A diferença entre o que nós estamos pagando e o que a Justiça determinou é de R$ 2", afirmou.

Em relação aos vales unificados, que deverão igualar os valores de vale alimentação de motoristas e cobradores, Augusto Maranhão afirmou que vai aguardar a publicação do acórdão para decidir se irá ou não recorrer da decisão judicial. "Cada categoria recebe um valor de vale alimentação: motorista recebe R$ 150, cobrador R$ 110, mas no julgamento o tribunal unificou pelo maior piso (R$ 150) para todos. Isso irá causar um impacto financeiro na ordem de R$ 100 mil por mês às empresas, e para cumprir essa decisão ou se aumenta a tarifa ou se corta custos", disse
DNonline

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