Apagão de talentos e a competitividade brasileira

É comum a pergunta, por quê com tanta riqueza e potencial, o Brasil perde em competitividade para outros países? A resposta é um coletivo de problemas, tributos, infra-estrutura, educação, corrupção, insegurança, falta de planejamento e outras questões mais “cabeludas”. E quando comparamos com países do BRIC (Bloco Brasil, Rússia, Índia e China), além de Coréia do Sul e outros países asiáticos o cenário futuro é mais preocupante, na maioria das comparações perdemos pela falta de mão de obra qualificada (técnica), e com qualidade.

Nossas empresas hoje no Brasil ainda importam muita mão de obra, e praticamente em todos os setores de base, sem contar os setores tecnológicos. Hoje é categórico que vivemos literalmente um apagão de talentos, ou de mão de obra com técnica e qualidade, e muito disso tem um conjunto de culpados. Sejam por falta de políticas públicas, de forma histórica, pela deficiência histórica de nosso sistema educacional, e principalmente de base, a falta de atração no ensino, para muitos estudantes brasileiros a escola é “chata”, a falta de incentivos por parte da família nas questões escolares, a falha no ensino de matemática na base e com isso afugenta muitos brasileiros nos estudos de exatas, e na seqüência nas engenharias, e o principal a falta de investimento direto em formação técnica.

Os tributos têm um impacto violento contra nossa competitividade, mas hoje pela aceitação do Brasil no sistema internacional, pelo mercado potencial que temos, a falta de profissionais afeta mais diretamente as indústrias e principalmente a inovação nos produtos brasileiros, e na criação de valor agregado.

E o problema parece que ainda está crescente. Por exemplo, mais de 5 milhões de estudantes brasileiros no ensino médio estão fora de suas séries de equivalência e progressão, sem contar o crescimento na evasão escolar por dois grandes motivos, primeiros emprego e que a escola não é atrativa (por isso da necessidade de investimentos no ensino técnico). Com isso podemos esperar no futuro um problema maior. Empresas como Petrobras, Vale, Embraer e outras são obrigadas a buscar profissionais nas diversas áreas em países da Europa, Ásia e Estados Unidos. E a situação ainda é mais precária, pois em setores mais simples, como gastronomia e hotelaria, o cenário é trágico, pois não existem profissionais básicos e com alguma língua estrangeira, parece que para alguns brasileiros até o português é língua estrangeira.

Outro problema, muitas empresas estrangeiras deixam de investir no Brasil pelas questões fiscais e tributárias, mas um dos maiores problemas é falta de profissionais qualificados para atender suas demandas de produção. Por exemplo a produção do IPad no Brasil foi postergada por motivos de falta de engenheiros. A Petrobras em seu último concurso não conseguiu atender as suas demandas por engenheiros e administradores, e por aí vai.

Educação e formação técnica com qualidade é a solução para o Brasil. Pode resolver diversos problemas sociais, aumentar nossa riqueza interna, e o melhor aumentar em pelo menos 30% a renda do brasileiro, pois quanto mais titulado ele está, mais riqueza ele gera.

Nossa competitividade terá um avanço desde que busquemos, e isso é um trabalho coletivo, governo, empresas e sociedade, formação e educação com qualidade, e que o brasileiro entenda que escola vai além de uma sala de aula, é um local de transformação de uma sociedade, de um país e principalmente para colocar o Brasil no lugar que ele merece, no topo

Fábio Pereira Ribeiro

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