Aftosa: RN agora corre atrás do prejuízo

Desde que o Rio Grande do Norte evoluiu de uma área de "risco desconhecido" para "risco médio" no mapeamento nacional da febre aftosa, se criou expectativa de que o estado não demoraria a se ver livre da sombra da doença - altamente contagiosa e que atinge principalmente bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Na prática pouco aconteceu. Recentemente o RN se viu diante do perigo de ter sua classificação rebaixada pela falta de estrutura e ausência de ações eficientes. Alertado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Governo do Estado se viu obrigado a mudar de postura, e agora corre contra o tempo para melhorar sua imagem junto ao Governo Federal. O passo decisivo é equipar minimamente o Instituto de Inspeção e Defesa Agropecuária (Idiarn), responsável pela segurança nos limites territoriais potiguares contra a aftosa. O órgão aguarda uma verba de R$ 300 mil prevista no orçamento para trabalhar em melhorias de estrutura. Em visita ao estado este mês, o então secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Francisco Jardim - nomeado recentemente assessor especial do ministro - encontrou uma situação defasada. O banco de dados SIAPEC, que deveria registrar todos os estabelecimentos e o trânsito de animais dentro do estado, estava desatualizado desde 2010 por falta de pagamento da empresa que fazia a manutenção do sistema. Na atuação de campo, o órgão incumbido da missão de fiscalizar tem 18 fiscais para atender os 167 municípios do RN. As promessas são de melhorias, que começaram pela criação de um novo sistema. O diretor de Defesa e Inspeção Sanitária Animal do Idiarn, Marcelo Maia, conta que primeiro foi feita a migração do banco de dados anterior para o atual. Após a conclusão dessa fase, os fiscais vão a campo para colher informações que possibilitem a atualização dos números, montando um quadro fiel com a realidade das propriedades e rebanho do estado. Com os recursos concedidos pelo Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape), novos equipamentos serão comprados. "Estamos enviando computadores para as unidades, e em cada uma delas haverá uma pessoa responsável por atualizar o banco de dados semanalmente", explica. Maia adianta ainda que o Idiarn trará de volta quatro profissionais exonerados de seus cargos para compor o quadro. São dois agrônomos e dois veterinários. Dá para atender todo o RN? "Seria necessário mais, porém ainda temos veterinários cedidos por outros órgãos ligados ao governo, como Emater [Instituto Técnico de Assistência Técnica e Extensão Rural]", acrescenta o diretor de Defesa e Inspeção Sanitária Animal. O Idiarn tem estrutura de 12 unidades espalhadas pelo estado, mais a central sediada na Secretaria Estadual de Agricultura. Os criadores, principais interessados no avanço da questão, garantem estar cumprindo as obrigações de vacinar o rebanho durante as duas campanhas anuais de vacinação contra a aftosa, mas não sentem a mesma motivação por parte do Governo do Estado. "Passamos o controleque fazemos, mas o governo não cumpre o que deveria", afirma o presidente da Associação Norte-riograndense de Criadores (Anorc), Marcos Teixeira. Além da aplicação das vacinas, o RN tem de cumprir uma lista de itens técnicos, que no conjunto assegura o controle da doença nos limites estaduais. O atraso nas medidas efetivas deixa o RN para trás. Os estados de Pernambuco, Piauí, Maranhão, e a parte centro-norte do Pará receberam até o último dia 17 auditorias do Mapa que podem deixá-los como zonas livres de aftosa. Ceará e Alagoas serão auditados em março. Com a impossibilidade de acompanhar o ritmo dos vizinhos de região, o Idiarn espera conseguir uma auditoria no segundo semestre. Ao lado do RN, a Paraíba também apresentou o que o Mapa classificou como "deficiências relevantes" no combate à aftosa. Após as auditorias, e se os estados forem aprovados, o Ministério dá o aval para a realização do inquérito soro epidemiológico, que verifica a ausência do vírus nos territórios. O passo seguinte é o reconhecimentointernacional como zona livre, que é dado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O Poti

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