CAATINGA

Não sou conhecida por Maria Nem também me chamo José. Fui crescida no chão da alegria E cultivada no estrume da fé! Já concebi vários filhos Sem nenhum chamar-se Jesus! Sou agasalho! Sou ar! Luz! Sou energia, mas, vivo a sofrer Sem ninguém a me perceber. Sinto dor... Tenho minha cor... Não sou racista. Sou bonita, Perdão, bela! E esquento sua panela! Não sou Iracema! Sou Jurema! Sou Pereiro! Marmeleiro! Cardeiro! Catingueira! Pau D’arco! Juazeiro! Sou tudo de bom para você. Sou cama! Sou mesa! Chama! Sou seu assento. Sou seu buquê! Mas, não consigo saber por quê Você me maltrata e me mata! Quando você se divorcia Logo encontra outra mania! Mas toda vez que me arranca Esvazia toda minha família. Eu sou Caatinga e você homem! Sua evolução é minha crucificação. É o Sertão nu... É a devastação... A fragilidade da sua educação. Gilberto Costa

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