UM OLHAR PARADO NO TETO
Sento-me no chão. Cruzo as mãos, rezo!
Mas, vem-me à mente pensamentos
Sem nexo. Sinto um leve medo.
Dirijo meu olhar para o teto
E vejo o desenrolar da cena
Em imagens que me dão pena.
Fecho os olhos, busco um sonho solaz.
Mas essa distração não me trás a paz.
Uma luz que antes via pelas frestas
Poder-me-ia talvez clarear,
Mas fugiu com o vaga-lume.
E até os concertos dos grilos
Como me era de costume,
Não passou de lisonja, zumbaia,
Bajulação, exagerada cortesia!
E assim, pela noite adentro,
Vejo que tudo gira e que sou o centro
De um turbilhão de pensamentos!
Mas, pela manhã quando desperto
Percebo que minha ânsia acumulada
Não passou de neura. Não foi nada!
Gilberto Costa
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