Para dançar ao Ritmo da Nordestinidade
É só chegar junho que o Nordeste reveste-se de uma roupagem nova. As quadrilhas, os folguedos, as comidas de milho povoam a atmosfera do lugar e o imaginário das pessoas.
É tempo de comemorar e festejar, erguer as mãos pro céu não para implorar que a chuva caia como tão comumente podemos imaginar essa imagem, mas porque ele está lindo, como diz a música de Gonzagão. E também porque é tempo de agradecer as bênçãos de Santo Antônio, São João e São Pedro, que certamente deixam o nosso pedaço de paraíso mais vibrante e mais cheio de vida.
A festa junina materializa a genuína essência nordestina, que se debulha na alegria da colheita que vem pelo meio do ano. A fogueira, que originalmente simboliza a proteção contra os maus espíritos, é também o símbolo do calor e da paixão bruxuleante do povo nordestino, cujas fagulhas de energia e felicidade multiplicam-se ao som da sanfona, do pandeiro e da zabumba tão característicos nesta época do ano.
Nordestinidade. Esta é a palavra em voga quando falamos nos aspectos culturais que permeiam os nossos junhos, cuja tradição já é tão forte e tão consolidada que explode todas as fronteiras do regionalismo e figura tão universalmente como qualquer outro festejo no planeta.
Este ano, no centenário do Rei do baião, o som do acordeom vai ressoar e encantar mais do que nunca. Já dar para sentir o lirismo que enfeita a alma das ruas da cidade e ouvir os primeiros acordes de forró a anunciar a nossa grande festa. Que a nossa identidade continue, pois, a contaminar por muito tempo o coração de todas as gerações e a embalar o sentimento dos nordestinamente apaixonados pelo seu lugar não apenas no mês de junho.
Rafael Rubens
MaisPatos
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