Julho será decisivo para a pecuária do Rio Grande do Norte

Julho será decisivo para a pecuária do Rio Grande do Norte. É o mês no qual o governo pretende receber uma nova auditoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para avaliar a situação do estado no combate à febre aftosa. A meta foi reafirmada ontem em visita do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, que exaltou o interesse do poder federal em promover a transformação de todo o Nordeste em zona livre de febre aftosa. Atualmente a maioria dos estados, inclusive o RN, ainda é considerado área de médio risco, o que restringe o comércio de animais e subprodutos da pecuária com federações mais avançadas na questão. O Rio Grande do Norte, juntamente com a Paraíba, continua atrasado em relação aos estados do Ceará, Pernambuco, Alagoas, Piauí e Maranhão, todos realizando a fase de análise sorológica, requisito necessário para se obter o reconhecimento como zona livre da doença. A ideia dos governos é que o rebanho potiguar passe pela sorologia em agosto, chegando ao estágio dos vizinhos de região. "É o nosso desejo e missão da governadora, secretaria e produtores. Se não fizermos em julho teremos de realizar em fase posterior e aí talvez outros estados avancem na aftosa em relação ao RN. Mas isso não vai acontecer", comentou otimista o ministro. Da parte do governo estadual, os esforços continuam para estruturar o RN no combate contra a febre aftosa. A diretora de Defesa e Inspeção Animal do Instituto de Defesa Agropecuária e Inspeção Animal (Idiarn), Fabiana Lo Tierzo, elencou uma série de requisitos já cumpridos, como os relacionados a recursos humanos e na montagem do novo sistema de cadastro do rebanho potiguar. Até julho, ainda existem desafios importantes como as reformas das unidades e postos de fiscalização, e o controle de aglomerações como vaquejadas e feiras de gado. O secretária estadual de Agricultura, Betinho Rosado, não acredita na possibilidade do RN ficar com o status atrasado em nível de Nordeste. O titular da Sape argumenta que somenteem julho do ano que vem a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), que coordena as normais sanitárias do setor, fará o reconhecimento oficial dos estados como zonas livres. "Temos muito tempo para andar", disse Rosado. A agilidade na realização da auditoria será fundamental para evitar restrições, que já acontecem. Desde 15 de maio os animais do RN precisam ficar em quarentena para serem levados e comercializados nos estados que iniciaram a sorologia. "Houve por parte do Estado um descuido que nos deixou chegar a esse ponto", avaliou o presidente da Associação Norte Rio-Grandense de Criadores (Anorc), Marcos Teixeira, que mesmo assim se disse confiante nos avanços. Vacinação Apesar da campanha de vacinação contra aftosa ter se encerrado oficialmente ontem, a diretora do Idiarn, Fabiana Lo Tierzo, lembrou que caso algum produtor tenha perdido o prazo, ainda é possível vacinar o animal. Os interessados devem procurar o Idiarn para conseguir o medicamento, porém devem ficar cientes que receberam um auto de infração pelo atraso. Lo Tierzo conta que foram comercializadas 850 mil vacinas na campanha. O próximo passo é calcular o índice vacinal. A recomendação do Mapa é que 90% dos animais sejam devidamente vacinados. O Idiarn deve concluir o balanço em 15 de junho, e compilar os dados para enviar ao ministério até o dia 30 do mesmo mês. Estimado em 900 mil cabeças de gado no último levantamento oficial, o rebanho do RN deve perder uma boa parcela de animais com a seca que atinge o interior. O Idiarn espera uma redução entre 50 mil e 100 mil no número total do rebanho do estado em virtude da estiagem. DNonline

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